CRÍTICA: "Mickey 17" traz questionamentos e humor ácido em planeta gélido
Por Robson Cobain
05/03/2025 às 19:50
Atualizado em 07/03/2025 às 11:56

O novo trabalho do diretor Bong Joon-ho, "Mickey 17", chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (6), com a promessa de transportar o público para um futuro distópico e gélido, onde a colonização de mundos inóspitos se tornou uma necessidade para a sobrevivência da humanidade, ou para alimentar egos políticos. No centro dessa narrativa, encontramos Mickey (Robert Pattinson), um "colaborador" enviado para Niflheim, um planeta congelado e hostil. Sua missão? Preparar o terreno para a chegada de futuros colonos.
A sinopse de "Mickey 17", à primeira vista, evoca ecos de clássicos da ficção científica de expedições espaciais, o longa trilha seu próprio caminho, explorando temas complexos como identidade, mortalidade e o que significa ser humano. A premissa da "impressão", onde Mickey renasce à cada morte com suas memórias preservadas, levanta questões uma série de questões sobre a natureza da consciência e também sobre como isso, ao mesmo tempo que parece incrível, pode interferir no curso das vidas.
Com vários níveis de ficção, drama e humor, um dos pontos que mais chama atenção no longa é a atuação de Robert Pattinson. O ator entrega uma de suas melhores performances, interpretando duas variantes do personagem que interagem com personalidades totalmente distintas. Ele acessa várias camadas na jornada emocional intensa do personagem, capturando a angústia e a crescente confusão de um homem que enfrenta a repetição interminável da morte e do renascimento. Pattinson se entrega de corpo e alma ao papel, transmitindo a vulnerabilidade e a força de Mickey de forma convincente. É impossível não se sentir compelido pela jornada de Mickey, torcendo por sua sobrevivência e ansiando por sua redenção. Suas interações com Nasha (Naomi Ackie) também render uma ótima química à história.
Como todo bol filme, "Mickey 17" também está bem representado na ala de vilões. Aqui temos o lunático Kanneth Mashall (Mark Ruffalo), um político derrotado e que tem a ideia de povoar Niflheim com "humanos selecionados e perfeitos". Junto a ele, está Ylfa (Toni Collete), sua esposa e praticamente mentora. Seus personagens são irritantes em um nível extremo e ao mesmo tempo super carismáticos.
No entanto, "Mickey 17" não é um filme para todos. Sua narrativa de mais de 2 horas de tela chega a ser lenta em alguns momentos e pode não agradar àqueles que buscam ação desenfreada e reviravoltas constantes. O filme exige paciência e atenção, convidando o público a refletir sobre as questões existenciais que ele levanta.
Em resumo, "Mickey 17" é um filme para quem gosta de uma boa ficção científica, impulsionada por uma boa variação de drama e humor. É um filme que permanece na mente do espectador muito tempo após o término da sessão, levantando questionamentos sobre a natureza da existência, significado da vida e a possibilidade dela ser recriada em uma impressora.
NOTA: 4/5
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