Justiça da Bahia libera uso de passarela que dá acesso a camarote no Circuito Dodô

Nem só de confusões envolvendo artistas ou trios elétricos apresentando defeito (ou fechando vias) vive o modo caos do Carnaval de Salvador. Mostrando que está sempre à frente, a folia momesca da capital baiana tem entre os burburinho mais fervorosos da edição 2025 uma passarela que dá acesso aos camarotes  Glamour, um dos espaços mais concorridos do Circuito Dodô (Barra-Ondina).

Pois bem... A passarela, que liga o Morro do Gato ao camarote, é assunto nas redes sociais desde a última semana. Populares questionavam se os trios - em especial o "Triatro" de Daniela Mercury - conseguiriam passar por baixo da estrutura e estaria segura o suficiente para o público dos camarotes passarem por ela e também para o folião pipoca que estivesse em baixo. Polêmica vai, polêmica vem e o juiz substituto de 2º grau Adriano Augusto Gomes Borges, da Terceira Câmara Cível, atendendo a um recurso do Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento da Bahia (IAB-BA), que questionou a legalidade da obra, decidiu por interditar a passarela na última quarta-feira (26).

Em trecho da decisão foi dito que "No que concerne à segurança estrutural da edificação, revelam-se preocupantes os argumentos e documentos apresentados pelo agravante. Além da construção aparentar comprometer a circulação de pedestres e dificultar o acesso de serviços de emergência, como ambulâncias e o Corpo de Bombeiros em caso de necessidade, os registros fotográficos demonstram que parte significativa da passarela suspensa foi edificada sobre fundações rasas e aparentes, em solo de encosta íngreme, potencialmente sujeito a chuvas e deslizamentos".

Mas, queridos foliões, a novela momesca não findou por aí e, após os os advogados Alano Frank e Rafael Frank, da Salvador Produções Artísticas e Entretenimentos, responsável pelo camarote, apresentarem documentos atualizados, entre eles os laudos do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (CREA-BA), do Corpo de Bombeiros e um alvará emitido pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR), que atesta a segurança da estrutura, a Justiça Bahia autorizou nesta sexta-feira (28) o uso da passarela. 

Em sua decisão, o juiz Adriano Augusto Gomes Borges considerou válido os documentos apresentados e que comprovam a regularidade da passarela, destacando ainda que a manutenção da interdição causaria prejuízo desproporcional ao evento, que já está em andamento. "O perigo de dano inverso justifica o deferimento da medida, pois a interdição da passarela, diante da regularização superveniente, imporia um impacto negativo à logística do Carnaval", afirmou na decisão.

Um laudo do Ministério Público da Bahia também foi emitido após inspeção no local. O mesmo não apontou riscos à estrutura, mas recomendou que seja realizada uma fiscalização contínua para evitar aglomerações indevidas sobre a passarela, que deve ser utilizada apenas para o trânsito de pedestres, com proibição de permanência de foliões sobre ela.

E é isso!