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CRÍTICA: "Regras do Amor na Cidade Grande" traz uma abordagem diferente das tramas do gênero
CRÍTICA: "Regras do Amor na Cidade Grande" traz uma abordagem diferente das tramas do gênero
Por Robson Cobain
09/04/2025 às 12:00

Chega aos cinemas nesta quinta-feira (10), "Regras do Amor na Cidade Grande", uma adaptação do romance homônimo de Sang Young Park, com direção de Lee Eon-hui. A obra chega em um dos melhores momentos da produção visual coreana, com uma proposta que se diferencia dos outros filmes do gênero.
Kim Go-eun, conhecida pelo icônico papel em Goblin – O Solitário e Grande Deus (2016), entrega uma performance cheia de nuances como Jae-hee, uma jovem de espírito livre que vive à margem das normas sociais e se recusa a ser moldada pelo que esperam dela. Ao lado dela está Steve Sang-hyun Noh (Pachinko), que interpreta Heung-soo, um homem reservado que guarda um segredo profundo: sua homossexualidade, em um país onde o casamento LGBTQI+ ainda não é legalizado. A descoberta desse segredo por Jae-hee dá início a uma relação inesperada e profundamente comovente.
Ainda que o foco da trama seja o vínculo entre esses dois personagens, o longa se aprofunda ao expor o peso do preconceito e as tensões de viver em uma sociedade que reprime o que não entende. O contraste entre a ousadia de Jae-hee e o silêncio defensivo de Heung-soo constrói um retrato emocionalmente honesto de quem vive entre o desejo de se afirmar e o medo da rejeição.
A química entre Go-eun e Sang-hyun é uma das grandes forças do filme: sutil, madura e genuína. Há uma fluidez natural entre os dois, como se os personagens compartilhassem anos de cumplicidade. Essa sensação é reforçada por atuações consistentes e cheias de verdade, tanto nos momentos de intimidade como nos de conflito. A participação de Salim Benoit como o Oliver também não passa despercebida e dá suporte aos segredos que cercam a trama.
A direção de Lee Eon-hui brilha especialmente ao abordar temas densos com uma leveza rara, evitando exageros e construindo, com sutileza, um retrato autêntico das relações humanas. O roteiro se destaca justamente por encontrar beleza no cotidiano, sem recorrer a grandes reviravoltas — e, ainda assim, mantendo o espectador emocionalmente investido do começo ao fim.
Outro acerto é o uso do humor, que surge com um toque irônico e oportuno, funcionando como respiro em meio a situações delicadas. Como na vida real, há espaço para risos mesmo diante das dores, e essa honestidade torna a experiência ainda mais próxima e tocante.
"Regras do Amor na Cidade Grande" é mais do que um drama sobre amizade ou identidade: é uma carta de amor à liberdade de ser e sentir. Em um cenário onde o audiovisual coreano vem sendo, muitas vezes, padronizado por fórmulas de sucesso, o filme se destaca ao tratar de uma história única, corajosa e profundamente humana.
Nota: 4/5
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