Março Azul e os sinais silenciosos do câncer de intestino que você não pode ignorar

Imagine um inimigo silencioso que se instala em seu corpo sem alarde, disfarçando-se por trás de sintomas tão sutis que podem ser facilmente confundidos com o estresse do dia a dia. Este é o câncer colorretal, uma doença que afeta milhares de brasileiros anualmente, mas que, quando detectada precocemente, tem altas chances de cura.

De acordo com a Dra. Maria Júlia Colossi, gastroenterologista da CliaGEN - Clínica de Atenção em Gastroenterologia, Especialidades e Nutrição -, o câncer de intestino, em estágios iniciais, frequentemente, não apresenta sintomas específicos. No entanto, existem sinais sutis que merecem atenção. "Alterações no hábito intestinal, como constipação ou aumento na frequência das evacuações, especialmente quando associadas à perda de peso inexplicável, devem ser investigadas", alerta a Dra. Ela também menciona a anemia por deficiência de ferro como um sinal potencial, principalmente em pessoas com mais de 45 anos.

Um sintoma frequentemente negligenciado é a mudança no formato das fezes. "características afiladas ou achatadas, diferentes do formato habitual, podem indicar a presença de um tumor", explica a especialista. Este sinal é particularmente relevante para tumores no cólon esquerdo. A sensação de evacuação incompleta, embora possa estar relacionada a outras condições, também merece atenção, especialmente se persistir. A Dra. especialista ressalta que este sintoma pode estar associado a tumores na região retal.

A fadiga crônica, que não melhora com descanso ou mudanças na rotina, é outro alerta que não deve ser ignorado. Embora seja um sintoma inespecífico, pode ser um indicativo precoce de várias condições, incluindo esse tipo de tumor.

A especialista enfatiza a importância de diferenciar estes sintomas de condições mais benignas, como a síndrome do intestino irritável. "A presença de sinais de alarme, como perda significativa de peso, anemia e alterações persistentes no hábito intestinal, especialmente em pessoas acima de 45 anos, deve motivar uma investigação mais aprofundada", adverte.

Com a tendência de diagnósticos em idades mais jovens, a médica recomenda que pessoas com histórico familiar de câncer colorretal iniciem o rastreio mais cedo. "Se um familiar de primeiro grau foi diagnosticado antes dos 45 anos, o rastreio deve começar 10 anos antes da idade desse diagnóstico", orienta.

Segundo a gastroenterologista, a prevenção começa no estilo de vida. "Adotar uma alimentação saudável, rica em fibras e baixa em alimentos processados, praticar exercícios regularmente e manter-se hidratado são medidas fundamentais para a saúde intestinal", conclui. O Março Azul serve como um lembrete importante para estarmos atentos à nossa saúde intestinal. Ao reconhecer estes sinais sutis e buscar orientação médica quando necessário, aumentamos significativamente as chances de um diagnóstico precoce e um tratamento bem-sucedido do câncer colorretal.