A trombose é uma condição que ocorre quando um coágulo se forma em um ou mais vasos, bloqueando o curso do sangue e dificultando o fluxo sanguíneo. Visando chamar a atenção da população para os riscos e promover a prevenção da trombose, o Congresso Nacional instituiu a data de 16 de setembro como um marco para alertar sobre uma das maiores causas de mortalidade no mundo.
De acordo com a angiologista da Hapvida NotreDame Intermédica, Dra. Jéssica Santos, “a trombose pode acontecer de forma espontânea, mas geralmente está associada a uma série de circunstâncias, como: cirurgias, traumas, gestação, imobilizações longas ou por uso de medicamentos, a exemplo da terapia de reposição hormonal e de anticoncepcionais orais”. Entre as pessoas que podem ser mais afetadas por essa condição estão idosos, gestantes, pessoas com trombofilia – maior propensão ao desenvolvimento de eventos tromboembólicos –, portadores com condições de neoplasia ou síndrome antifosfolípide. No entanto, a especialista explica que nem sempre essas pessoas serão afetadas pela trombose.
“É possível que estas não desenvolvam a condição, mas devem estar mais atentas quando forem submetidas a um caso que também aumenta o risco. Deve-se ainda considerar que, por ser algo hereditário, a demonstração de um caso trombofílico congênito determina qual será a investigação dos familiares. Por isso, aqueles que forem portadores assintomáticos deverão receber orientação adequada em situações de risco, visando evitar a ocorrência de outros eventos do mesmo tipo”, elucida.
O reumatologista do Grupo Cita, Dr. Alisson Regis, explicou que apesar de ainda não haver cura para essa condição, existem tratamentos capazes de garantir que os pacientes desempenhem todas as suas atividades cotidianas de maneira plena e estes são fundamentais para evitar complicações mais graves. “Pacientes com essa condição enfrentam riscos e possíveis sequelas de eventos trombóticos quase sempre. Dependendo da localização do coágulo, podem surgir diversas sequelas, incluindo problemas motores, pulmonares e cognitivos, exigindo reabilitação contínua. Mas o tratamento com o uso de medicamentos anticoagulantes, que podem ser administrados de forma oral ou venosa, são capazes de dissolver o coágulo e garantir maior qualidade de vida ao paciente”, explica.
Para pacientes com trombofilias, a prevenção é crucial. Eles devem ser constantemente avaliados para determinar seu risco de trombose. Em situações que aumentam o risco, novas medidas devem ser implementadas. Isso inclui evitar permanecer parado por longos períodos, bem como o uso de meias de compressão e, em alguns casos, de medicamentos profiláticos, como aspirina ou heparina, conforme orientação médica.
O Dr. Alisson Regis destaca que, atualmente, novos anticoagulantes orais (DOACs) como apixabana, dabigatrana e rivaroxabana estão disponíveis, proporcionando maior conforto aos pacientes, pois não requerem monitoramento laboratorial contínuo, como é necessário com a varfarina. “No entanto, é importante ressaltar que nem todos os tipos de trombofilia são tratados da mesma forma, e em algumas, como a síndrome antifosfolipide (SAF), a varfarina ainda é a droga de escolha. Além disso, houve avanços significativos no diagnóstico das trombofilias, com diversos marcadores disponíveis, permitindo um diagnóstico mais precoce e preciso”, explica.
Ainda de acordo com os especialistas, o “Dia de Combate e Prevenção à Trombose” é uma oportunidade para aumentar a conscientização sobre a importância da prevenção e do tratamento adequado das trombofilias. Com os avanços médicos e a orientação dos especialistas, é possível oferecer melhores cuidados aos pacientes e minimizar os riscos associados a essa condição séria.