CINEMA

CRÍTICA: “X: A Marca da Morte” entrega boa produção slasher

São raras a vezes em que me proponha a ir conferir um filme sem antes assistir o trailer e ler sua sinopse. Para X: A Marca da Morte, em cartaz a partir desta quis ser surpreendido e, sem exageros, foi exatamente isso que aconteceu, por vários motivos.

O filme de terror slasher do diretor Ti West, ambientado em 1979, acompanha um grupo de cineastas pornográficos em sua gravação de um novo longa. A equipe é formada por Maxine (Mia Goht), uma atriz pornô, seu namorado e produtor Wayne (Martin Henderson), os atores Kid Cud (Jackson Hole) e Bobby-Lynni (Brittany Snow) e o diretor e cinegrafista RJ Nicholas (Owen Campbell), acompanhado da namorada e assistente, a calada e curiosa Lorraine (Jenna Ortega). Eles decidem viajar e rodar a nova produção para o mercado adulto na fazenda de   Howard e Pearl, um misterioso e estranho casal de idosos.

Com uma estética impecável das produções da década de 1970, temos Maxine sonhando desde os primeiros minutos de tela em ser uma estrela mundialmente reconhecida. Esta busca deixa em evidência a tratativa da liberdade sexual, algo que é abordado por diversas vezes e engloba todos os personagens. A abordagem também traz a ligação direta com os Slasher, mas traz desdobramentos mais trabalhados. Ti West é minucioso com os detalhes e prepara a mudança de atmosfera do longa, que a princípio parece apenas uma calma estadia na fazenda.

Bem apoiado na fotografia, caracterizações e roteiro fácil de acompanhar, X: A Marca da Morte demora para entregar o que o público alvo quer ver. Mas, quando começa, West mostra que não brinca em serviço. Mesmo que algumas mortes não apresentem um alto nível de originalidade, elas são muito bem traçadas e trabalham bem a ansiedade do público até o ápice. Também não há qualquer pudor nos requintes de crueldade de algumas cenas, que fazem até quem assistindo agradecer quando elas acabam.

Sobre ser surpreendido, vários foram os motivos para tal. Dentre eles, a decisão de Ti West em não fazer uma produção com mortes aparentemente sem motivo a cada minuto e criando a atmosfera. A motivação das mortes e a forma como foi revelada, apesar de até tirar gargalhadas dos expectadores é chocante e te faz pensar como as pessoas podem reagir quando seus desejos são de certa forma podados. Os detalhes sexuais são bem próximos de verdadeiras produções pornográficas, sem querer parecer poético.

X: A Marca da Morte chega como uma ótima surpresa para os amantes do gênero slasher e ganha pontos pela abordagem diferenciada. Pode até demorar pra pegar ritmo, o que é seu principal defeito, mas compensa logo em seguida. É uma jordana sanguinária no campo, com direito a momentos de risadas e final que pode surpreender alguns.

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