A família Crawley está de volta aos cinemas com Downton Abbey – Uma Nova Era. A trama traz o clã britânico voltando-se em direção ao futuro, mas sem sair da linha temporal que os fãs acompanharam nas seis temporadas da série e seu primeiro longa-metragem.
Em Downton Abbey – Uma Nova Era, temos alguns membros dos Crawleys e seus funcionários partindo para o sul da França após uma intrigante descoberta envolvendo o passado da Lady Violet (Maggie Smith). Paralelo ao grande mistério, outro importante motivo faz a família concordar em alugar o castelo para as filmagens de um filme. Tanto os segredos da viúva e a chegada da equipe de cinema trazem a dinâmica necessária para que o diretor Simon Curtis e seus roteiristas possam entreter o público em suas mais de duas horas de duração.
A vivência dos proprietários do castelo com a equipe de cinema traz várias camadas e personagens intrigantes a serem desenvolvidos. Entre elas, podemos destacar a estrela do cinema mudo, Myrna Dalgleish (Laura Haddock), que se mostra arrogante e totalmente diferente do que os funcionários da casa pensavam ao vê-la nas telas. Lógico que tudo tem um motivo e até mesmo a antipatia da atriz é explicada. Dentre os membros da família, Lady Mary (Michelle Dockery) é sem dúvidas o grande destaque deste segundo longa. Mary está totalmente por dentro de tudo que envolve seus funcionários e os “visitantes” do castelo, além de ter um papel fundamental para que as gravações do filme sejam concluídas e alcancem um novo nível para a época, em que o cinema mudo começa a migrar para as primeiras produções com falas.
Não há como falar de uma produção de época e não comentar dos cuidados com a ambientação, figurino, referências históricas e outros pequenos detalhes. Simon Curtis e toda a equipe merecem palmas pela delicadeza que o filme leva à tela em suas paisagens externas, cenários, peças de roupa e adereços. A trilha sonora é primorosa e, em determinada cena, te faz querer acompanhar os personagens na dança. É tudo muito funcional e grandioso, com todo o clima da época da trama, que se passa entre os anos de 1928 e 1929, antes da Grande Depressão.
Mas, com tantas coisas positivas, há espaço para algo negativo em Downton Abbey – Uma Nova Era? Se fossemos obrigados a apontar uma falha, seria a duração. Suas tramas principais e secundárias conseguiriam os desfechos em, talvez, 1h40 de filme. Mesmo assim, é um detalhe que de nada muda a simplicidade grandiosa da produção.
Para os apaixonados por dramas de época, Downton Abbey – Uma Nova Era está aí, como um prato cheio para se deliciar na sala do cinema. Um combo com grande elenco, boas tramas e beleza encantadora. Um filme que certamente fará quem não conhece a série correr para maratonar.
Por Robson Cobain
