Peguei tudo o que você conhece sobre os filmes de lobisomem e coloquei de lado! A Universal Pictures traz uma proposta um pouco diferente sobre o ser lendário, meio homem e meio lobo, em sua nova produção que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (16).
Durigido por Leigh Whannell (O homem Invisível), Lobisomem traz Christopher Abbott (Poor Things, It Comes at Night) como Blake, um marido e pai de São Francisco, que herda sua remota casa de infância na zona rural do Oregon após o Estado declarar seu pai ser oficialmente morto. Como forma de tentar salvar o casamento em crise, ele decidi voltar à sua terra natal com sua esposa, a jornalista Charlotte (a vencedora do Emmy Julia Garner; Ozark, Inventando Anna), e filha, Ginger (Matlida Firth; Hullraisers, Coma). A viagem tem um rumo totalmente diferente do esperado após a família se aproxima da casa da fazenda e se deparar com algo incomum na estrada e perder o rumo, caindo na floresta. A mesma criatura começa uma caçada após já ter feito uma vítima, um amigo de infância que ajudava Blake a chegar na sua casa.
Como é esperado, Blake, Charlotte e Ginger conseguem chegar na casa, onde devem ficar encurralados pelo animal desconhecido. O problema é que não há jeito de se comunicar com as autoridades da cidade, já que os celulares não funcionam. O único e possível meio de comunicação é um rádio velho, utilizando pelo então falecido pai de Blake. Temos aí aquele típico, mas válido, cenário de grande parte dos filmes de suspense e terror, onde a família fica incomunicável e com alho terrível à espreita.
A fazenda herdada por Blake será o palco de todos os acontecimentos de Lobisomem. E é neste ambiente obscuro, rodeado por sons da natureza que o roteiro traz um dos maiores acertos do longa: a transformação de Blake. Não é uma mudança brusca no comportamento do protagonista. Aqui, o destaque está pela progressão dos sentidos, a começar pelo fato, seguindo pela audição e assim por diante, até que a “fera” seja realmente libertada. A cadência também está presente no físico do escritor, que vai perdendo seus traços humanos e adquirindo aspecto mais animalesco. Tudo isso é acompanhado por trilhas tensas e fotografia sombria.
Lobisomem é apresentado como um terror, mas um de seus pontos altos é o drama vivido pela família de Blake em seu processo de transformação. Charlotte sabe que há algo de errado com seu marido, que deveria tentar fugir com Ginger, mas prefere ficar ao lado dele e tentar ajudar de alguma forma. Ela chega a mostrar uma coragem que talvez não soubesse que tinha, ao enfrentar o lobisomem que os caçava, para proteger a filha e o marido. A relação família é bem forte e cria um sentimento de torcida para que tudo acabe bem.
Co-estrelado por Sam Jaeger (The Handmaid’s Tale), Ben Prendergast (The Sojourn Audio Drama) e Benedict Hardie (The Invisible Man), Lobisomem peça apenas ao deixar alguns detalhes muito óbvios. As revelações não nos apresenta nada de surpreendente, já que os acontecimentos, principalmente da introdução da trama, já entregam o que vai acontecer. Fica como um “ok. Era o que eu imaginava…”.
Para os que estão acostumados aos filmes de Lobisomem, vale ir aberto a uma nova proposta. Aos que nunca assistiram algo sobre o personagem folclórico, deve funcionar ainda melhor, já que não terão as mesmas expectativas.
Nota: 3.5/5