CINEMA DESTAQUE

CRÍTICA: “Barbie” é muito mais que um mundo cor de rosa

Pegue todos os pensamentos infantis que você tinha como expectativa do primeiro live action da Barbie, coloque em uma caixinha e jogue fora. Sim! Porque a diretora Greta Gerwig teve todo o cuidado de fugir do convencional e entregou algo que ninguém imaginava para a história da boneca mais famosa do mundo.

Com estreia besta quinta-feira (20), Barbie – O Filme apresenta o perfeito dia a dia na magica Barbieland, onde vive uma legião de Barbies, com todas as versões imagináveis. Tudo começa a mudar quando a Barbie esteriotipada (Margot Robbie), que representa a perfeição entre todas as outras bonecas, começa a ter pensamentos incomuns. Seus questionamentos passam a afetar a forma como vive, a obrigando a romper a barreira e ir para o mundo real. Claro que na sua jornada Barbie tem a presença do Ken (Ryan Gosling), completamente obcecado, disposto até a largar a rotina pesada de fazer nada além de babar pela boneca amada e embarcar para um lugar totalmente desconhecido.

É a partir da partida para o mundo real que Greta e seu parceiro de roteiro, Noah Baumbach, começam realmente a surpreender. Nada do que aconteceu a partir daí é previsível, pois eles tiveram todo o cuidado de não dar spoiler da real trama nos trailers divulgados. Tudo se torna muito mais complexo que a história de uma boneca perfeita em seu mundo perfeito e outras coisas passam a tomar conta da atmosfera, inclusive psicológica. Uma avalanche de críticas ao patriarcado é despejada em tela com um cuidado e didática excepcional. As falhas da sociedade real contratam com o mundo pacato de Barbieland, deixando evidente que a perfeição é algo que não existe, mas que atitudes podem ser tomadas para que haja ao menos um equilíbrio.

Na busca por saber quem ela realmente é, o que quer e como voltar a ter a vida nos trilhos, Barbie aprende na pele o que é ter humanidade. Sua jornada é algo que ajuda também que outras pessoas se encontrem, reflitam sobre seu atos e acertem as contas. Gloria (America Ferreira), funcionária da Mattel, que traz para o longa mais frescor diante dos temas importantes abordados.Will Ferrell, também incrementa a jornada como CEO da Mattel e antagonista da trama, papel que caiu como uma luva e torna seus momentos de sátira indispensáveis.

Por hora sério em debater temas cotidianos e por outro lembrando bons musicais – cheio de boas referências – Barbie tem um ritmo perfeito. Uma trama que não é corrida, com desdobramentos fáceis de digerir. Greta e Noah sabem como descontrair um pensamento e logo apresentar uma visão mais ampla e satisfatória.

E assim, fugindo da possibilidade de trazer qualquer grande spoiler, o que se tem a dizer é que o primeiro longa da Barbie de carne e osso é um verdadeiro choque de realidade, principalmente para os que vivem em um mundo fictício de redes sociais. A realidade é sempre mais duro, mas ensina a ser cada vez mais forte. É um filme para mulheres e também para os homens, principalmente os que têm medo de dizer que vão ao cinema conferir.

Por Robson Cobain 

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