Aiace acaba de divulgar seu mais novo videoclipe, “Fluxo e Refluxo”. Faixa, que integra o segundo e recém-lançado álbum da artista, “Eu Andava Como se fosse Voar”, mergulha profundamente em uma narrativa afro-diaspórica, investigando os movimentos que se estendem desde os tempos do sequestro de pessoas negras vindos do continente africano até, infelizmente, os desafios enfrentados nos dias de hoje.
“A água é a condutora desse processo, sendo ela uma grande testemunha, estrada e conectora desse ir e vir. “Fluxo e Refluxo” é um grito contra anos de discriminação racial, genocídio de pessoas negras e, ao mesmo tempo, uma chamada para uma urgente mudança de cenário”, ressalta a cantora. A composição da música é um esforço colaborativo entre Aiace, Gileno Felix e Vini Ribeiro – este último, também responsável pela direção do clipe. No projeto audiovisual, uma atmosfera esvaziada de elementos instrumentais inicia evocando uma jornada de aprofundamento que transmite a história de dor e resiliência que faz alusão às várias formas de violência sofridas por pessoas negras.
A faixa e o vídeo são um grito contra o racismo. “Fazemos uma denuncia sobre as condições de violência às quais pessoas negras são submetidas diariamente. Todos os dias algum corpo negro é violentado em algum lugar do Brasil; não exclusivamente o corpo negro, mas sempre o corpo negro. A sensação é que, não importa o que pessoas negras façam, elas sempre são o alvo”, destaca Aiace.
Gravado em Salvador, especificamente no bairro histórico do Rio Vermelho, em frente à Casa de Yemanjá, o trabalho foi inspirado pelo ensaio fotográfico “O Corpo Alvo” (idealizado por Vini Ribeiro e que aborda o genocídio da população negra), destacando a importância de confrontar todas essas questões que norteiam a obra.
Foto: Vini Ribeiro