Aventura é a palavra que melhor define a animação “As Múmias e o Anel Perdido” (Mummies, 2023). A trama traz para o público infantil uma viagem entre o Egito Antigo e o tempo atual, recheada de mistérios, cenas divertidas e um tom musical.
Para conduzir a história, temo Thut, um ex corredor de bigas bem-sucedido, mas com medo de voltar a correr, e Nefer, a princesa que, segundo as tradições deve se casar com o escolhido através de um ritual. Por um acaso, ou não, seus destinos se cruzam e uma decisão precisa ser tomada. O mais interessante de tudo isso, é que eles já são múmias e vivem em um mundo paralelo, ligado ao nosso através de um portal. Do lado contemporâneo do portal está Lord Carnaby, arqueólogo obcecado pelo Egito Antigo e que fará da pós vida dos mocinhos uma verdadeira bagunça.
Com o promissor par romântico e um vilão aceitável, o roteiro de Jordi Gasull tem a diferença cultural entre as épocas como o maior destaque. É interessante principalmente ver como pessoas que viveram em séculos diferente de nós iriam interagir com a tecnologia, com o trânsito caótico das cidades grandes ou simplesmente uma comida diferente. Em contrapartida, não há uma abordagem voltada ao oposto, o poderia deixar a trama ainda mais interessante.
Se fosse preciso destacar um personagem em toda a trama, a Princesa Nefer é sem dúvidas a escolha mais óbvia. Seu arco é mais intenso e completo que o dos outros personagens. Seus desejos vão além do que o Faraó idealizou e trazem força a cada ação. Por outro lado, temos aqui um vilão que não cativa tanto quanto deveria. Seus capangas também parecem ser reaproveitados de outras tantas animações e são esquecíveis. Ao lado de Carnaby, o único nome que realmente se destaca é sua mãe, que insiste em te ligar nos piores momentos possíveis.
No Geral, “As Múmias e o Anel Perdido” não traz nenhuma grande novidade para as animações. Mesmo assim, não deixa de ser uma divertida história que une o Egito Antigo à nossa modernidade. Os pais poderão achar um pouco monótono, mas seu público alvo deve amar.
Por Robson Cobain