CINEMA DESTAQUE

CRÍTICA: “Não, Não Olhe” traz terror com boa doses de humor e direção afiada

Jordan Peele está de volta e em um dos seus projetos mais ousados até o momento. Depois dos aclamados Corra (2017) Nós (2019), o diretor entrega Não Não Olhe, uma mistura de terror e suspense que flerta com o lúdico e entrega qualidade equilibrada com os projetos anteriores, que chega às salas nesta quinta-feira (25). 

Em Não! Não Olhe! acompanhamos os irmãos OJ Haywood (Daniel Kaluuya) e Emerald Haywood (Keke Palmer), que herdam a fazenda de treinamento de cavalos do pai, Otis Haywood (Keith David), após o mesmo morrer de forma misteriosa. Próximo à propriedade se encontra o parque temático de Ricky ‘Jupe’ Park (Steven Yeun), ator que ficou conhecido por fazer parte quando criança de uma série que terminou de forma trágica. Nesta pacata região da Califórnia, coisas estranham começam a acontecer e a família Haywood é que terá a responsabilidade de desvendar o que está acontecendo. 

Comparado aos outros trabalhos de Peele, Não Não Olhe pode ser considerado o de mais fácil entendimento. O motiva é que está tudo muito bem estabelecido logo de cara, sem grandes divisões de trama. Ao mesmo tempo, assim como no trailer, ele não entrega logo de o que realmente está acontecendo, abrindo possibilidade para especulações. Um outro ponto a ser observado é o teor cômico bem mais forte, com destaque para a atriz Keke Palmer, com seu jeito espontâneo, tipo aquela amiga que você sente quando não está nos rolês. Ela também tem uma ótima troca com o Kaluuya e Brandon Perea.

Não, Não Olhe é uma trama muito bem construída, o que deixa ainda mais em evidência e genialidade e cuidado de Jordan Peele em entregar projetos bem executados ao público. O diretor consegue segurar a tensão durante as 2 horas e 10 minutos, sempre permeada de doses de humor momentâneo e, como em seus outros projetos, críticas sociais. 

Não há como navegar no mar da ficção científica sem uma boa base de efeitos especiais. Aqui, o trabalho neste quesito também é entregue com folga. Os efeitos visuais são milimetricamente construídos, sem deixar muitas brechas para que os mais críticos possam desmerecer todo o trabalho realizado. A sonoplastia também é peça fundamental para que tudo corra perfeitamente e mantenha o público em estado de tensão, aliada à fotografia sempre bastante clara ou escura. 

Com Não, Não Olhe, a certeza que se tem é que Jordan Peele é um dos diretores mais visionários da atualidade. Com vasta experiência como roteirista e produtor, ele acerta novamente em sua terceira imersão como diretor. Um projeto bem executado, que assusta e faz rir. 

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