CINEMA

CRÍTICA: “Moonfall” deixa alguns detalhes perdidos no espaço

Se contar as vezes que o planeta já foi quase destruído nos filmes Hollywoodianos, a gente perde a conta, mas tem um cara que, mais que ninguém, adora fazer isso: Roland Emmerich é o diretor do novo filme apocalíptico. Depois de Independence Day, 2012, O Dia Depois de Amanhã e alguns outros filmes que nosso planeta quase se extingue, agora vamos enfrentar mais uma ameaça nas telonas.
Eu sou muito fã de filmes apocalípticos e por isso, muito crítico deste segmento também, então não acredito que qualquer enredo fictício e lúdico poderá justificar uma destruição em massa. Há que ser uma história inteligente e minimamente pensada para nos justificar este fato. E nisso Moonfall deixa a desejar.

Um enredo fraco, sem muito cuidado aos detalhes e má distribuição dos dramas envolvendo os personagens, acaba deixando as cenas sem muita conexão. Percebe-se quando o mundo está acabando e as pessoas parecem estar passeando em busca de um abrigo. Trabalhar com chroma já não ajuda muito os atores a sentirem o drama da cena, então quando se tem uma tsunami vindo em sua direção e sua reação parece bem apática, isso, no mínimo, me parece um mal direcionamento dos atores pelo seu diretor. A lua sugando a terra e eles tem tempo para um diálogo emocionado sobre relações familiares. Pedaços da lua caindo do céu em bolas de fogo e as pessoas assistem tranquilas ao fenômeno. Você, no mínimo, deveria estar surtando.

Além disso, os cientistas e astronautas da NASA devem assistir ao filme e ficarem perplexos com a facilidade que alguns personagens tem de pilotar um foguete e ir até a lua, como quem planeja um passeio de carro.

Halle Berry, interpreta Jo Fowler, uma executiva e ex-astronauta da NASA, enquanto que Patrick Wilson, interpreta Brian Harper que tem seu personagem regido pelo drama de ter sido afastado da NASA, também vive seus dramas familiares enquanto o planeta está prestes a desaparecer, numa tentativa de dar um tom emotivo à história, mas sem muito tempo pra isso.

De qualquer forma, esta história, típica da Sessão da Tarde, não surpreende muito e serve apenas para uma distração numa tarde sem muitas opções de programação. Acredito que vale a ida ao cinema, mas sem muitas expectativas. Eu sei que tem gente que vai adorar, mas ciente das possibilidades dentro da ficção científica, posso te afirmar que esta saga deixa a desejar.

Por Rai Silva – Colunista Especial

LEAVE A RESPONSE

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *