CINEMA DESTAQUE

CRÍTICA: “The King´s Man: A Origem” mistura bom entretenimento e deslize em abordagens

Filme dirigido por Mathew Vaughn e estrelado por Ralph Fiennes, Gemma Artenton e Matthew Good, “The King´s Man: A Origem” teve uma pré-produção bastante conturbada, por conta da pandemia que se instalou no mundo. Depois de 10 adiamentos e diversas refilmagens, o longa finalmente chega aos cinemas nesta quinta-feira (6), com a responsabilidade de superar a expectativa do público.

A premissa da história visa contar a história do surgimento da The King´s Man a partir de uma perspectiva histórica, associada a eventos da Primeira Guerra Mundial, diante uma variedade de personagens históricos. Em meio ao caos no planeta, vemos a história pelo ponto de vista do aristocrata Orlando Oxford (Ralph Fiennes), tornando-se
um pacifista após uma tragédia familiar. Por conta disso, ele decide mudar sua vida, se tornando um homem super protetor com o filho, Conrad Oxford ( Harris Dickison).

O diretor toma diversas liberdades criativas, mas alguns problemas ocorrem. Há um excesso de personagens que são tratados de forma superficial, de modo que até a primeira hora do filme, não sabemos qual a proposta a ser apresentada. A narrativa se amarra em três blocos: A Primeira Guerra Mundial, drama pessoal do Aristocrata e surgimento da King´s Man, sendo os dois últimos problemáticos quanto a uma certa superficialidade nos temas apresentados. Há uma certa abordagem de geopolítica, combate nas trincheiras, algo muito bem executado. Há certo momento que as ideias de construção de cenas são inspiradas na fotografia de Roger Deakins para o filme “1917”, de 2019.

Em meio a tantos personagens, devo destacar o ponto alto entre todos para a atuação do Rasputin, interpretada por Rhys Ifans, embora seu personagem fica em uma linha entre comédia e um tom mais sério, não sabemos qual era a sua intenção no filme, se ele é o antagonista principal ou um coadjuvante. Há um excesso de piadas com o personagem que podia ser melhor aproveitado, situações que não combinam com teor do filme, por conta do conflito mundial que havia ali, em que completamente destoa da proposta que é apresentada. Tecnicamente, há problemas com o CGI que são bastante problemáticos e distrai a quem a esta a ver tantas cenas que lembram um jogo de vídeo-game, principalmente em cenas de batalha e quando é utilizada para auxiliar a maquiagem para rejuvenescer os personagens. Há um certo efeito que parece que todos tem um rosto de cera.

No geral, o filme é um bom entretenimento, faltou uma melhor abordagem da proposta que era esperada e aqui temos uma miscelânia de erros e acertos. Ah… confiram a cena pós créditos!

 

Por Leandro Cerqueira, Colunista convidado

LEAVE A RESPONSE

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *