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Fundação Casa de Rui Barbosa promove atividades na Flip pela primeira vez

Com o objetivo de estimular a produção de conhecimento e dar mais visibilidade ao vasto acervo da instituição, a Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB) inicia uma participação inédita durante a 22ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Do dia 9 até o dia 12 de outubro, exposições e debates com presenças especiais acontecerão na Casa da Favela e na Casa da Cultura, integrando a programação da maior festa da literatura do Brasil. O centenário de Hélio Pellegrino, a relação entre fé e política no Brasil e a vida e obra de Thomas Mann são temas centrais das ações.

De acordo com o presidente da Fundação, Alexandre Santini, essa realização inédita é um marco histórico. “Estamos levando para o maior evento de literatura do país, pela primeira vez, diálogos, debates e coleções da nossa instituição, que há mais de 50 anos reúne arquivos fundamentais de mais de 150 escritoras e escritores brasileiros. Dar maior conhecimento e visibilidade a este acervo é algo importante e necessário para a difusão e valorização da cultura”.

Programação na Casa da Favela

A mostra Em torno de Hélio Pellegrino – centenário homenageia o psicanalista, escritor e ativista político pelos cem anos do seu nascimento. Um painel de grandes dimensões convida o visitante a descobrir a força dos ideais e o panorama da vida e obra do democrata, por meio de documentos, manuscritos e fotografias ainda pouco conhecidos, que compõem o acervo atualmente guardado pelo Arquivo-Museu de Literatura Brasileira da FCRB. A exposição – organizada por Maria de Andrade e Andréa Terra, da FCRB -, ficará aberta ao público entre os dias 9 e 12 de outubro, de 10h às 22h, com entrada gratuita.

No dia 10 de outubro, às 18h, no Palco Areal, será realizada a mesa-redonda Fé e política no Brasil hoje, reunindo representantes de diferentes religiões para um debate ecumênico sobre as intersecções entre as esferas política e religiosa. O debate tem como objetivo, ainda, revisitar a obra do escritor, trazendo para discussão os temas políticos centrais que continuam atuais no contexto social do Brasil. A atividade contará com a participação do religioso e fundador da Educafro, Frei David, do deputado federal Chico Alencar, do presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, Alexandre Santini, da feminista e pastora do Morro do Borel, Monica Francisco, e da integrante do Jongo Dito Ribeiro (Campinas/SP), Alessandra Ribeiro, com mediação do professor e pesquisador da UERJ e da PUC-RJ, Adair Rocha. A ação é uma parceria da FCRB com a Agência de Notícias das Favelas, idealizadora do espaço Casa da Favela.

Programação na Casa da Cultura

Com apoio da Thomas Mann House, instituição alemã sediada em Los Angeles, e em parceria com a Universidade Federal Fluminense e a Universidade Federal do Paraná, a Fundação promove a exposição Thomas Mann – A democracia há de vencer!. A versão brasileira da exposição, com curadoria do germanista Paulo Soethe, aborda a relação do escritor com a democracia, sua liderança intelectual do movimento democrático antifascista nos anos 1940 e a relação com o Brasil, terra de origem de sua mãe. Filho de Julia Mann, o paratiense, incorporou elementos culturais brasileiros em sua obra e influenciou as posições políticas de Erico Verissimo. O tema das raízes brasileiras de Mann será explorado em duas mesas de debate e uma apresentação artística na Casa da Cultura.

A programação inclui a mesa Alemanha e Brasil celebram A montanha mágica de Thomas Mann, na quinta-feira (10), às 18h, com Carlos Nejar (Academia Brasileira de Letras) e Paulo Soethe (Academia Alemã de Língua e Literatura), mediada por Johannes Kretschmer (UFF). Na mesma noite, às 21h30, ocorrerá a performance artística Melomannia: A Música Mágica de Thomas Mann, com leitura e canto de Vanessa Gerbelli e Breno Pizzorno, e direção de arte de Júlio Lellis. No sábado (12), às 19h30, a mesa Thomas Mann e o Brasil, terra de Julia Mann reunirá João Silvério Trevisan (escritor), Marcus Mazzari (USP) e Johannes Kretschmer (UFF), com mediação de Paulo Soethe (UFPR/UFF).

 

Foto: Claudio Vitena

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