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Julho Amarelo: hepatologista explica a importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado

Este mês é marcado pela campanha ‘Julho Amarelo’, uma iniciativa essencial para conscientizar a população sobre a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das hepatites virais. Estas doenças silenciosas podem causar danos severos ao fígado e, se não forem detectadas e tratadas a tempo, podem levar a complicações graves, incluindo cirrose e o câncer. Segundo dados que integram o recém-lançado Relatório Global de Hepatites 2024, publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de mortes por essas infecções no mundo aumentou. As cifras equivalem a cerca de 3,5 mil óbitos diários em decorrência da doença, que é a segunda principal causa de mortalidade por agentes infecciosos no planeta.

Conforme a hepatologista do Instituto Bahiano de Imunoterapia (IBIS) e da CliaGEN –  Clínica de Atenção em Gastroenterologia, Especialidades e Nutrição-, Dra. Lourianne Cavalcante, o foco espacial da campanha é para os vírus B e C, que têm potencial de cronificar e evoluir para quadros mais graves se não identificados precocemente. Os principais sintomas das hepatites virais incluem fadiga, náuseas, icterícia (coloração amarelada da pele e olhos), dor abdominal, perda de apetite e fezes claras. No entanto, a maioria dos indivíduos são assintomáticos. “Para identificar se a pessoa está infectada, é necessário fazer exames de sangue específicos”, sinaliza a profissional.

As transmissões acontecem, geralmente, por contato com sangue contaminado, relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de agulhas e seringas e outros materiais perfuro-cortantes, ou de mãe para filho durante a gestação ou parto. Para se proteger, é importante evitar essas práticas de risco além de manter o calendário vacinal atualizado. “A vacinação é fundamental na prevenção, especialmente no caso da hepatite B. Os imunizantes são altamente eficazes e seguros, sendo essenciais para reduzir a incidência dessas doenças”, reforça a especialista.

Diagnóstico e tratamento

Com o diagnóstico precoce, os pacientes podem iniciar tratamentos altamente eficazes, sobretudo, no caso da hepatite C, onde as taxas de cura são superiores a 95% com os novos medicamentos. O rastreio é feito por meio de exames de sangue que detectam a presença de anticorpos específicos para cada tipo de vírus da hepatite. Existem testes específicos para cada tipo, como o HBsAg para hepatite B e o anti-HCV para hepatite C. Raramente são sintomáticos. A detecção precoce permite intervenções imediatas que podem prevenir a progressão da doença.

“Para pessoas diagnosticadas com hepatite viral, é fundamental seguir as orientações médicas, manter uma alimentação saudável, evitar o consumo de álcool e drogas, além de realizar acompanhamento médico regularmente. A adesão ao tratamento e o cuidado com a saúde são essenciais para o controle da doença e a melhora da qualidade de vida”, afirma Dra. Lourianne.

O tratamento varia de acordo com o tipo e a fase da doença. Para a hepatite B crônica, por exemplo, existem medicamentos antivirais que ajudam a controlar a replicação do vírus. Já para a hepatite C, há terapias antivirais de ação direta altamente eficazes. De acordo com a profissional, nos últimos anos houve avanços significativos no tratamento das hepatites virais, com o desenvolvimento de terapias mais eficazes e com menos efeitos colaterais. Os novos medicamentos promissores têm sido lançados, aumentando as chances de cura para os pacientes.

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