Excesso de gases, distensão abdominal, náuseas, constipação ou diarreia e má digestão são alguns dos sintomas mais comuns da Disbiose Intestinal – desequilíbrio na microbiota que leva ao aumento de forma exagerada de microorganismo patogênicos e a redução das bactérias benéficas para um bom desempenho do corpo. De acordo com a nutricionista da Clínica Omane, Giovana Alvim, os indivíduos também podem sentir desconfortos extraintestinais, que incluem baixa imunidade, candidíase e infecção urinária de repetição, cansaço, deficiências nutricionais e até mesmo distúrbios de humor, como ansiedade e depressão.
Essa condição pode ser causada por uma variedade de fatores, como consumo de alimentos ultraprocessados, uso de medicamentos de forma indiscriminada ou por longos períodos, como antibióticos e inibidores da bomba de prótons como, por exemplo, o omeprazol; estresse crônico, sobrepeso e obesidade, mastigação rápida, um sistema imunológico comprometido e a deficiência de ácido clorídrico no estômago, chamada de hipocloridria. O diagnóstico da disbiose intestinal geralmente envolve uma avaliação do histórico médico e dos sintomas dos pacientes e, em alguns casos, pode ser confirmada através de exames clínicos, como através da coleta de sangue na pesquisa de Indican.
O tratamento busca restaurar o equilíbrio microbiano por meio de mudanças na dieta e, com isso, é preciso melhorar a alimentação, evitando alimentos ricos em açúcar, embutidos, corantes, conservantes, refrigerantes, álcool e a classe de fermentáveis. Além disso, indica-se a redução do estresse, prática de atividades físicas e manejo do sono. Em alguns casos, ainda é necessário fazer o uso de antibióticos específicos, alerta a médica pós graduada em Nutrologia, Dra. Alice Santana. “Os prebióticos e probióticos são ótimos, quando utilizados no momento correto. Antes disso, não funcionam da maneira adequada e acabam piorando o quadro clínico do paciente”, explica a especialista.
Conforme a nutricionista Giovana, o tratamento da DI é realizado em três etapas. Na primeira fase, é feita a eliminação das bactérias, por meio de uma dieta mais restrita, com eliminação de leite e derivados, ultraprocessados, glúten e redução dos alimentos ricos em FODMAPS. A segunda, é marcada pela restauração e modulação, onde, aos poucos, é feita a inclusão de alguns alimentos anteriormente eliminados. Já na fase de maturação, é realizada uma análise de todo processo anterior para a manutenção da saúde do paciente com foco em aumentar os microorganismos benéficos. “Além de um plano alimentar específico, é necessário a suplementação para cada fase, ajudando assim a restauração da microbiota intestinal de uma forma mais rápida e eficaz”, declara.
Saiba como manter o intestinal saudável
Para a Dra. Alice Santana, existem diversos nutrientes essenciais para que se tenha um intestino saudável, mas para isso é importante ter a população bacteriana bem equilibrada, através da alimentação. “Quando já temos esse ambiente saudável, podemos nutrir esse intestino com suplementação de enzimas digestivas, uso de glutamina, aloe vera, ervas, chás e temperos, com nutrientes e fitoterápicos com ação antimicrobiana. Além disso, as vitaminas como C e D, também auxiliam na regulação do metabolismo e até mesmo na saúde em geral do indivíduo”, afirma a médica, reforçando ainda, que o intestino também é o responsável pela função imune, produção hormonal, síntese de neurotransmissores e processo de destoxificação. “Se temos um cenário de disbiose, teremos um desequilíbrio dessa microbiota, com prevalência de bactérias ruins, podendo desencadear doenças autoimunes, diabetes e obesidade”, completa.
DuoDay
Unir a nutrição e nutrologia em um atendimento em conjunto, com o paciente no centro da consulta, sem dúvidas, traz um conforto quando se pensa em sucesso terapêutico e essa é uma estratégia de atendimento que as profissionais têm usado na Clínica Omane. Para elas, no tratamento de disbiose, é primordial entender esse paciente como um todo, através de uma boa avaliação e boa anamnese, tendo em vista o seu histórico de saúde e estilo de vida para chegar na causa base do problema tratando o indivíduo como um todo. “Criamos um modelo de atendimento onde o paciente chega e nos encontra juntas num ambiente de consulta. Dessa forma, ele compartilha a sua história e nós, como profissionais, discutimos com ele a melhor maneira de obter os resultados desejados, o tornando parte responsável da sua saúde”, afirma Giovana Alvim.