No novo trabalho do diretor Demián Rugna, também responsável pelo roteiro, ambientado em uma aldeia praticamente esquecido no mundo, você acompanha dois irmãos que encontram um homem possuído por um demônio, prestes a dar à luz ao mal que carrega. Na tentativa de se livrar do homem misterioso que os coloca em risco, eles acabam ajudando, junto com um fazendeiro da cidade, a libertar o que ele aprisiona. Como em qualquer outro filme que trata de possessão, a “novidade” causa pavor e deixa um rastro de morte por onde passa.

Até aqui, não há nada de muito original. Este, com toda a certeza, não é o primeiro filme a tentar explicar como um espírito possessor ocupa um corpo ou as formas de tentar contê-lo. Mas, mesmo com um orçamento que passa longe dos valores de grandes produções do gênero, consegue entregar um material bastante satisfatório. Com Ezequiel Rodríguez, Deminán Salomón e Silvina Sabater em seu elenco, Rugna não poupa esforços para que eles entreguem cenas sanguinárias e que chegam a chocar. Os jump scares são bem aproveitados, diferente do que tem acontecido nas últimas produções de terror (oi, “Mergulho Noturno”…).

Como já dito, o roteiro está longe de ser original, por mais que bem aproveitado. Além disso, o projeto deixa a dever nos efeitos utilizados, que gritam amadorismo ou a falta de um bom investimento em muitos momentos. Mas, por incrível que pareça, a falta de lapidação desta película argentina deixa tudo mais real. É um trabalho que parece cru e se encaixa perfeitamente ao cenário em que se passa.

“O Mal Que Nos Habita”, com estreia nesta quinta-feira (1), nos questiona como pessoa diante do que não entendemos ou foge do nosso controle, ao mesmo tempo que serve muito mais que parte dos últimos lançamentos sem prometer. É uma verdadeira surpresa, daquelas que te faz sair do cinema dizendo “não é que ele é bom?”. Vale os sustos.

Nota: 4/5.