A cantora e compositora Aline Calixto revisita a obra de Clara Nunes em uma apresentação única em São Paulo, na Casa de Francisca, no dia 25 de outubro. O show faz parte da turnê Clara Viva, que celebra, além do lançamento do disco homônimo, mais de uma década de homenagens à icônica intérprete do samba brasileiro. A entrada é gratuita até as 22h; após esse horário, os ingressos custam R$ 35,00.
“Clara Nunes sempre foi uma referência forte em minha vida, muito antes de eu me tornar cantora profissional. A primeira vez que tive contato com a obra dela foi ainda criança, assistindo a um show de calouros. Me lembro de uma apresentação onde uma drag queen se apresentou como Clara Nunes. Fiquei estática, admirando aquilo, e depois comecei a imitá-la, vestindo roupas brancas e usando arquinhos na cabeça. Clara sempre me fascinou. Fazer um tributo a ela foi um caminho natural na minha carreira. É, mesmo, um sonho se realizando”.
O disco Clara Viva, que inspira a turnê e já passou por Belo Horizonte e Rio de Janeiro, com ingressos esgotados, além de várias cidades do interior de Minas Gerais, como Ouro Preto, Três Marias e Teófilo Otoni, explora as raízes culturais e religiosas de Clara Nunes. O repertório, que conecta a trajetória de Clara ao contemporâneo, trazendo novas interpretações para seu legado, inclui sucessos como “Guerreira” e ” Você Passa e Eu Acho Graça”, além de faixas menos conhecidas, como “Afoxé pra Logun”.
Aline também é influenciada pelas origens de Clara, cujo pai, Seu Mané Serrador, participava de grupos de folias de reis. Com seu próprio estandarte, a artista segue essa tradição como fundadora do bloco Filhas de Clara, mas demonstra com Clara Viva que, apesar de “filha”, tem luz e identidade próprias.
Para o biógrafo de Clara Nunes, Vagner Fernandes, “Clara Nunes já foi reverenciada muitas vezes. Mas poucos ousaram trilhar por caminhos não óbvios. Aline o faz de forma grandiosa e surpreendente.”
“O que temos de semelhante é o amor pelo samba e nossa cultura, além da forte ligação com as religiões afro-brasileiras. Sou umbandista há 17 anos, e sempre represento essa espiritualidade nos meus discos. A diferença é que, enquanto Clara se mudou para o Rio e construiu sua carreira lá, eu fiz o caminho inverso: nasci em Botafogo e finquei raízes em Minas Gerais”.
No palco, a artista será acompanhada por Thiago Delegado (violão) e Robson Batata (percussão). Clara Viva é realizado via Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Governo de Minas Gerais, com o patrocínio da GASMIG.
Foto: Márcia Charnizon