Os anos 40 e 50 da carreira de Frank Sinatra. Esse é o pano de fundo do espetáculo Sinatra Labo B (B’Sides) que apresenta um repertório menos conhecido do cantor, com músicas que foram, em sua maioria, Lado B em sua carreira.
Idealizado pelo cantor, produtor e co-diretor musical Dudi Baratz, o projeto, inédito, vai estrear no Blue Note Rio, no dia 12 de dezembro (dia de aniversário de Sinatra). O tributo com 20 canções, contará com a participação do Grupo Rua 52, formado por Marcos Amorim (guitarra e direção musical), Marcos Nimrichter (piano), Kleberson Caetano (bateria) e Pedro Aune (Baixo Acústico).
No final da década de 30, durante a “Era do Swing”, as orquestras de jazz reinavam, com músicas feitas para as pessoas dançarem nos ballrooms. Os bandleaders das orquestras eram os músicos, por vezes trompetistas, outras trombonistas, ou clarinetistas.
Na época das Big Bands o cantor era um mero acessório, até que, no início dos anos 40, Frank Sinatra virou o jogo. Contratado por Tommy Dorsey, este se viu obrigado a investir mais nas baladas românticas e dar mais tempo ao cantor franzino de olhos azuis, já que suas fãs (bobby soxers) faziam imenso alvoroço, com gritos e desmaios.
O ápice dessa “virada de jogo” aconteceu na fatídica noite no Paramount Theatre, em Nova Iorque, em dezembro de 1942, em que foi convidado para fazer uma participação na Orquestra do Benny Goodman, uma das orquestras brancas (White Bands) mais famosas da época. Nasceu ali a Sinatramania, com as filas dando voltas no quarteirão e as meninas desmaiando e lá permanecendo por várias sessões.
Sinatra explode a partir de 42, lançando um disco solo em 46, mas sua decadência chega no final dos 40, em virtude de sua impopularidade perante o público masculino, pelo fato de não ter ido à guerra, e o feminino por sua infidelidade escancarada, principalmente seu relacionamento turbulento com a atriz americana Ava Gardner. Retoma seu sucesso em 53/54, se tornando o grande cantor americano, e trazendo de volta a sonoridade das orquestras que se encontravam em baixa no final da década de 40.
Hits como My way, Strangers in the night, New York, new York darão lugar a músicas como Honest and truly (Fred Rose/Les wood), que Sinatra costumava cantar aos 10 anos de idade para os clientes do restaurante de seus pais em Hoboken. Bop!Goes my heart (Jule Syne/W.Bishop), If you stub your toe on the moon (Jimmy Van Heusen/Johnny Burke) e My cousin Loella (Bernar Bierman/J.Manus), gravadas na fase em que tinha contrato com a Columbia Records. Half as lovely, twice as true (Galop/Spence), Comme çi, Comme ça, músicas gravadas durante seu tórrido romance com a atriz Ava Gardner.
Foto: Philippe Leon