TEATRO

Coletiva Filhas da Dita participa da mostra “Corpo-Repertório-Cotidiano, um Resgate”

A Filhas da Dita, coletiva reconhecida por sua forte atuação em Cidade Tiradentes, extremo leste da capital paulista, compartilha um pouco da pesquisa que suas atrizes vêm desenvolvendo. O evento, que acontece no próximo dia 21 de setembro, às 19h, marca o encerramento da “Mostra das Ditas: Corpo-Repertório-Cotidiano, um Resgate”, uma iniciativa contemplada pela 8ª Edição da Lei Fomento às Periferias.

O desenvolvimento das experimentações artísticas teve como objetivo organizar e potencializar as pesquisas individuais das artistas envolvidas na coletiva, proporcionando tempo e espaço para que aprofundassem suas experiências e as articulassem com o que chamam de Teatro do Cotidiano. A proposta foi pautada em atender às necessidades de tempo, energia e cuidado, muitas vezes negligenciadas devido às demandas da vida das mulheres na periferia. O resultado desse processo será apresentado em uma performance gratuita na Sede da Coletiva.

Durante a apresentação, as atrizes compartilham criações autorais, mas que contaram com a colaboração de outras pessoas artistas, como Jéssica Nascimento, artista do corpo, escritora e historiadora social  e Juão Nyn, multiartista, potyguar/a, ativista comunicador do movimento Indígena, explorando diversas linguagens como a literatura, a dramaturgia, a música e o audiovisual.

“Essa experimentação é algo novo para nós. Quando nos juntamos, trazemos importantes referências e possibilidades”, destaca Lua Lucas. “Também é interessante mencionar que temos utilizado estéticas como o jazz, a pisadinha e a MPB, e esperamos que esse processo enriqueça nossos caminhos e traga uma linguagem nova para o bairro”, finaliza Luara Iracema.

Além das apresentações, a sistematização dos fundamentos do Teatro do Cotidiano será um dos focos do evento, unindo teoria e prática. Para apoiar essa construção, a Coletiva contou com a parceria de Adriana Paixão, atriz, pesquisadora acadêmica e fundadora da Capulanas Cia de Arte Negra.  A pesquisa buscou compreender como o processo criativo da Filhas da Dita emerge das relações e subjetividades do território, criando um corpo-território em constante diálogo com o cotidiano da comunidade ao mesmo tempo em que reflete questões sociais.

Foto: Fel Lara

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