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CRÍTICA: “Mergulho Noturno” não sai do raso

O que poderia dar errado quando uma família resolve mudar de casa, com uma bela e convidativa piscina, para tentar uma nova vida? É o que você deve descobrir em “Mergulho Noturno”, novo terror da Universal Pictures e Blumhouse, com estreia nesta quinta-feira (18), nos cinemas.

Ray Waller (Wyatt Russel) é um ex-jogador da liga principal de beisebol, que foi forçado a se aposentar precocemente ao descobrir uma doença degenerativa. Sem futuro em sua paixão profissional ele resolve se mudar com a esposa Eve (Kerry Condon), a filha adolescente Izzy (Amélie Hoeferle) e o filho Elliot (Gavin Warren). Na busca pelo novo lar, ele se encanta por um imóvel que não estava entre os que pretendia visitar. Justamente o que mais lhe agradou no local, será o que trará grandes mudanças para todos: a piscina.

Baseado no aclamado curta-metragem de 2014, de Rod Blackhurst e Bryce McGuire, o filme dirigido por Bryce McGuire começa tímido, mas apresenta muito bem o ambiente e personagens. Aos poucos, o sobrenatural começa a dar sinal de que algo maior está para acontecer. Momentos de jumpscare são cada vez mais frequentes, como se estivessem preparando o coração do telespectador. Além disso, alguns momentos parecem referência a outros filmes do gênero, como a icônica cena do bueiro de “It – A Coisa”.

O grande problema de “Mergulho Noturno” começa daí: promete muito e acaba não entregando nada. Aquela sensação de que haverá um ápice fica apenas na impressão. Com o passar dos minutos, o roteiro começa a cansar e se torna o mais óbvio possível em todas as suas escolhas. Ele segue fielmente o mote de “o que aconteceu aqui tem relação com o passado”, o que não é ruim, mas não consegue trabalhar com perfeição seu desdobramento. E aí, tudo fica na casa do “quase”.

Diante de tantos furos, o que salva eles longa com produção de Jason Blum e James Wan são as atuações. Mesmo com um roteiro frágil (sofrível em alguns momentos), todo o elenco, a família em especial, consegue entregar um trabalho muito bem feito. O destaque fica para Kerry Condon, que traz uma grande carga emocional em sua personagem, ao tentar se manter forte diante dos acontecimentos.

Com um mergulho bem raso, “Mergulho Noturno” não deve entrar para a lista de filmes mais memoráveis do gênero. Não é um filme que você diz “nunca vou assistir”, mas não é daqueles que você indicaria com grande euforia.

 

Por Robson Cobain