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OUTUBRO ROSA: câncer de mama é o que mais atinge as mulheres e pode causar infertilidade

O câncer de mama é o tipo que mais atinge mulheres, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Em 2021, foram diagnosticados quase 70 mil novos casos novos da doença no Brasil, uma incidência de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres. Com a chegada do novo mês, e do Outubro Rosa, se intensificam as ações para conscientizar sobre o problema e sobre a importância do diagnóstico precoce. “É importante lembrar que homens trans também estão sujeitos ao risco de câncer de mama. E que, embora mais raro, os homens cis também podem ser acometidos, correspondendo a 1% dos casos”, explica o médico Fábio Vilela, do IVI Salvador.

O médico ressalta que, além da gravidade que é o diagnóstico de câncer de mama, é necessário que as mulheres liguem o alerta sobre as possíveis consequências que a doença e o seu tratamento podem trazer; inclusive a infertilidade. Cirurgias, quimioterapia e radioterapia podem provocar lesões nos ovários. E, portanto, comprometer a fertilidade por redução da quantidade de óvulos. O que pode provocar quadros extremos, como suspensão temporária da menstruação ou até menopausa precoce.

As pacientes com neoplasia de mama têm a menor taxa de gravidez entre as sobreviventes da doença, com redução de cerca de 40% a 67% na chance de ter filhos após o tratamento, em comparação à população geral.

“É indispensável que a mulher realize o tratamento o quanto antes for possível. O diagnóstico precoce salva vidas e a rápida resposta da equipe médica em iniciar o tratamento também. Porém, o recomendado, é que as mulheres que recebam o diagnóstico de câncer de mama e ainda tenham o sonho de ser mães, preservem a sua fertilidade antes de iniciar o tratamento”, explica Dr. Fábio, que é especialista em reprodução assistida.

 

Preservação da Fertilidade

A quimioterapia e a radioterapia ainda são tratamentos muito agressivos. E que atingem fortemente o sistema reprodutor e, em especial, o das mulheres. “É interessante lembrar que, hoje, as mulheres estão tendo câncer de mama cada vez mais jovens. A doença deixou de ser algo que apenas acomete pessoas mais velhas. E esse fato reforça a importância da preservação da fertilidade. O congelamento de óvulos tem sido uma alternativa que está cada vez mais na realidade desse público”, comenta o médico.

Dessa maneira, é interessante que as pacientes que desejam se tornar mães, congelem seus óvulos antes do início do tratamento oncológico. A preservação da fertilidade é um procedimento que consiste em induzir a ovulação, por meio do uso de medicações hormonais.

No momento oportuno, os óvulos serão coletados em laboratório, congelados e armazenados em um recipiente com nitrogênio líquido, onde são mantidos por tempo indeterminado, guardando as características da data em que foram colhidos. Essa técnica também é conhecida como criopreservação.

Todo o processo deve ser acompanhado por um especialista em reprodução humana assistida. Com o fim do tratamento contra o câncer e alta oncológica, a paciente pode dar sequência ao sonho de ter uma família. E utilizar seus próprios óvulos que foram congelados, por meio da técnica de fertilização in vitro (FIV).

Além do congelamento de óvulos, outras técnicas para preservação de fertilidade são o congelamento de embriões, congelamento de tecido ovariano e, no caso de pacientes masculinos, congelamento de espermatozoides.

 

Câncer de Mama e Outubro Rosa

O câncer de mama pode ter diversas causas. Fatores comportamentais, ambientais, hormonais, reprodutivos e genéticos podem influenciar o desenvolvimento da doença. Alguns exemplos são envelhecimento e histórico familiar. Ainda de acordo com o INCA, nódulos endurecidos e, geralmente indolores, são a principal manifestação da doença. Eles estão presentes em cerca de 90% dos casos.

A mamografia existe como método para rastreamento, tornando possível a identificação do câncer de mama antes que ele se manifeste. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastectomia (SBM), a mamografia deve ser realizada anualmente a partir dos 40 anos para mulheres de risco habitual. Homens trans que não realizaram mastectomia recebem a mesma recomendação.

O Outubro Rosa é celebrado anualmente, desde a década de 90. Trata-se de uma campanha realizada por diversas entidades, sempre dirigida à sociedade e às mulheres, com o objetivo de debater o assunto – ainda um tabu para muita gente. O movimento surgiu na época da primeira “Corrida pela Cura”, realizada em Nova York e, desde então, promovida anualmente na cidade. No entanto, foi em 1997 que entidades das cidades de Yuba e Lodi, também nos Estados Unidos, começaram a promover atividades voltadas ao diagnóstico e prevenção da doença.

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