Estava com saudades de assistir na tela do cinema uma sequência de sessão de tortura, daquelas bem elaboradas e que o destino dos participantes é, certamente, a morte? Então, chegou a hora dos seus olhos brilharem com o novo filme da franquia Jogos Mortais, com estreia nesta quinta-feira (28).
Em Jogos Mortais X, ambientado entre o primeiro e segundo longa (2004 e 2005), John Kramer (Tobin Bell) viaja para o México em busca de uma cura milagrosa para o seu câncer. Ele viaja para o México, na esperança de de um procedimento médico arriscado e experimental, mas descobre que tudo não passa de uma farsa para enganar pessoas já vulneráveis. Revoltado, o serial killer agora tem uno propósito para suas sessões brutais de tortura e “convida” seus malfeitores para um novo jogo.
De certo, por mais que ele insista no discurso de querer tornar dos charlatões pessoas melhores, o que fica claro é que ele quer vingança por ter sido enganado. Um a um, ele vai capturando suas vítimas e às colocando em um galpão onde toda a sua brincadeira sangrenta e angustiante vai acontecer. Ao iniciar os novos jogo, o diretor Kevin Greutert, já conhecido dos fãs da franquia, oferece um espetáculo de cenas gores, capaz de deixar qualquer um horrorizado. O tempo é, novamente, um dos grandes inimigos dos participantes, que, como qualquer outra pessoa, relutam em ter que mutilar o próprio corpo. Vale ressaltar também a grande pressão feita por Cecília (Synnøve Macody Lund) para que cada colega de confinamento (ou seria gangue?) realize a tarefa ordenada por Jigsaw.
Uma dos pontos que chamam atenção em Jogos Mortais X é a tentativa de mostrar um lado mais humano de Kramer. Todo é feito através de longos diálogos e a exposição do grupo que lhe prometeu a cura. O que ajuda a dar este ar mais “leve” ao personagem de Bell é a interação com a atriz Shawnee Smith, de volta à franquia como Amanda Young. A escalação de Smith é inclusive um dos maiores acertos do projeto.
Nem só de acertos é feito Jogos Mortais X. Seus defeitos ficam por conta de algumas incoerências com os idiomas e o famoso “vamos pegar a via mais fácil” que muitos roteiros utilizam para ter menos trabalho. Um dos desfechos da trama também incomoda pela aparente preguiça de apresentar uma cena mais elaborada e satisfatória. Além disso, fica o questionamento de como um serial killer tão astuto quanto Kramer foi enganado tão fácil.
Dito isto, no final, Jogos Mortais X entrega uma trama equilibrada e aceitável, principalmente por se passar no meio de dois outros filmes. Falta um algo que dê às cenas finais mais empolgação, mas nada que desagrade totalmente os amantes da franquia. Como sempre, é para quem tem o coração e estômago fortes.
Por Robson Cobain