Armageddon Time é o novo filme de James Gray, a chegar nas telas de cinema nesta quinta-feira (10). Um recorte das memórias do diretor no começo dos anos de 1980, o projeto conta a história de Paul Graff (Banks Repeta), uma criança que não vai bem na escola e tem um grande interesse pela pintura, e sua família de classe média.
Os EUA do Presidente Reagan, que ainda respira a Guerra Fria, vemos a família Graff moldar a trama através de suas atitudes e sob o olhar de Paul. Diferente de seu irmão mais velho Ted (Ryan Sell), ele estuda em um colégio público e não demonstra o mesmo interesse pelos estudos, dedicando boa parte do tempo a desenhar. Sua habilidade diverte e impressiona os colegas de classe, mas desagrada os professores e também interfere no seu avanço.
Com uma vida confortável, Paul tem Johnny (Jaylin Webb), um jovem negro, como amigo mais próximo na escola. Seus mundos são totalmente diferentes. Enquanto Paul tem todo um núcleo familiar para apoia-lo e prover uma vida mais confortável, Johnny tem apenas a avó, que não está bem de saúde e não tem condições de bancar uma vida no mesmo patamar de seu companheiro de escola. Mas, mesmo tão distantes socialmente, eles criam um grande elo de amizade e cumplicidade que serve de combustível para a trama.
Em Armageddon Time, James Gray foca uma coisa de cada vez, para depois explorar todo o material. É nítida a abordagem aos integrantes dos Graff, que além de Paul e Ted destaca seus pais Irving (Jeremy Strong) e Esther (Anne Hathaway), e seu avó Aaron (Anthony Hopkins), um imigrante judeu. Seus diálogos, mesmos simples e comuns a qualquer família de classe média, em alguns momentos abordam temas como o comunismo e racismo. Já na escola, temos mais a presença dos sentimentos do protagonista e sua união com Johnny contra o autoritarismo de um professor.
São as ações de Paul e Johnny que moldam as mudanças de rumo na história, em especial na vida acadêmica do protagonista. Os Graff não aceitam as atitudes do filho e, como é comum ver na maioria das famílias, o problema é colocado em quem está de fora. Mudanças são adotadas, mas nem mesmo uma nova escola pode ser o suficiente para moldar uma pessoa se ela não está empenhada a seguir as regras que lhe foram apresentadas. E, afastar os dois amigos é apenas a faísca na pólvora de ainda mais aproximação e tramas para buscarem seus próprios sonhos.
Com a ambientação impecável e todo o clima dos anos 80, Armageddon Time tem como maiores destaques as atuações, em especial Banks e Jaylin. Os jovens atores são totalmente comprometidos e entregam ao máximo as emoções em cada cena. Também não se pode deixar de aclamar a grandeza de Anthony Hopkins e seu personagem, que entregam sempre a sabedoria da idade ao neto. Já Anne Hathaway és tá de volta e brilha como uma mãe que se dedica em cuidar da família com pulso forte.
Bem roteirizado, o projeto de Gray só peca em não se aprofundar realmente em alguns temas abordados. Entre eles, o racismo estrutural é um dos que mais aparecem, mas nunca há uma abordagem realmente forte sobre ele. Tudo fica subentendido e promto.
Se já podemos apostar, Armageddon Time é um forte candidato a muitas indicações ao Oscar 2023. Um filme com contexto histórico e social, com ótimo elenco, direção, montagem e poucas falhas. Um equilíbrio entre os filmes de heróis e terror que estão disponíveis no momento.
Por Robson Cobain
verygood the website i like it so much
gostei muito do seu site parabéns
Thank you!