CINEMA DESTAQUE

CRÍTICA: “Trem-Bala” é um acerto veloz, violento e divertido

Se você assistiu ao trailer de Trem-Bala e alimentou a esperança de um grande filme, pode respirar aliviado. Com direção de David Leitch, que traz no seu currículo produções como Deadpool, o novo longa de Brad Pitt chega aos cinemas nesta quinta-feira (4), com uma ótima mistura de comédia, e aquele tipo de ação que não economiza em nada nos sopapos e mortes inusitadas.

Em Trem-Bala, tudo acontece praticamente dentro dos vagões de um trem, que está indo de Tóqui para Morioka. Entre os passageiros da viagem está Ladybug (Brad Pitt), um assassino azarado, quase desistindo da carreira, que é recrutado para se apossar de uma maleta. Como já dito, ele não tem sorte e conseguir realizar a missão se torna um trabalho extremamente difícil e perigoso, já que outros assassinos estão no local e ligados à mesma missão, alguns por motivos diferentes.

Se a intenção é ter na tela um dos melhores times de bandidos já visto, é possível dizer que a missão foi cumprida. Os irmãos Tangerine (Aaron Taylor-Johnson) e Lemon (Brian Tyree Henry) (Tangerine) estão sempre dando bastante trabalho para Ladybug, que quer apenas termina sua missão sem confusão. A bela Prince (Joey King) é mais perigosa do que sua carinha de anjo aparenta e cruzar seu caminho pode não ser a melhor escolha. Kimura (Andrew Koji) talvez seja o único que não queria estar a bordo, mas não teve muitas opções. Já o pistoleiro Wolf (Bad Bunny) é movido pelo sentimento de vingança, mas não com as pistas certas. Um elemento surpresa também está a bordo para causar ainda mais confusão, porque sim, é possível.

O ritmo dos acontecimentos em Trem-Bala é (sem trocadilhos) bastante acelerado, o que faz com que tudo dê certo. Não há espaço para enrolações ou cenas que não tenham algo que mais tarde ajude a contar a história. Cada detalhe mostrado é explicado e faz sentido, por mais besta ou absurdo que pareça. É como se o Leitch e o roteirista Zak Olkewicz dissessem nas entrelinhas “vamos ser bem didático, para vocês não saírem reclamando”. E todo o lance de entregar tudo mastigado deu certo e sem duvidar da capacidade do telespectador em tirar suas próprias conclusões.

Para amenizar a quantidade de socos, chutes, tiros, espadas e objetos sendo arremessadas, tudo acompanhado por muito sangue, David Leitch derrama um vagão cheio de humor. Neste cenário, temos sequências que entregam piadas rápidas, bem colocadas e que em nada constrangem quem estiver assistindo. Vale ressaltar que Brad está mais solto do que nunca e consegue dar a Ladybug uma personalidade que algumas vezes chega a beirar a ingenuidade diante de oponentes tão sem escrúpulos.

Uma explosão de acontecimentos, Trem-Bala figura facilmente entre os melhores filmes lançados este ano, por conseguir ser dinâmico, divertido, inteligente e imprevisível. É um filme que entrega tanto, que vale a pena até a pequena cena pós-crédito, algo bastante frustrante nas últimas produções. Vale também uma grande participação especial, que já circula pela internet, mas prefiro não revelar aqui.

 

Por Robson Cobain

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