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CRÍTICA: Ryan Kiera Armstrong brilha no morno “Chamas da Vingança”

Quase 40 anos depois, temos o remake de Chamas da Vingança (1984). Baseado na obra A Incendiária de Stephen King, que dispensa comentários, o longa traz uma família de sobre-humanos em uma incessante fuga para não ser encontrada por seus criadores e ter a liberdade perdida.

Com direção de Keith Thomas, Chamas da Vingança começa muito bem. A diretora é cuidadosa em apresentar a origem dos poderes de Andy (Zac Efron) e Victoria (Sydney Lemmon), ao mesmo tempo que explora, mesmo que rápido, a infância dos dois. A trama também deixa evidente como a pequena Charlie, interpretada por Ryan Kiera Armstrong, ganhou suas habilidades, o que dá toda a direção narrativa da produção.

Mesmo abordando um tema que daria uma ótima produção da Marvel ou DC, Keith Thomas entrega um drama guiado pela perspectiva de Charlie. Ela é apenas uma criança sem qualquer noção da grandiosidade ou perigo de seus poderes e precisa aprender a controlar os impulsos. Ao mesmo tempo, ela enfrenta a hostilidade dos colegas de escola, sem ter qualquer amigo que possa conversar ou defendê-la. Seus pais são as únicas pessoas com quem pode contar, o que torna a estadia dela no ambiente educacional totalmente desesperador.

Agora, se já é difícil ser uma criança com super poderes, imagina ter que sair sozinha em busca do pai, após alguns acontecimentos não esperados? É a partir daí que vemos a grandiosidade de Kiera, que já nos encantou antes em It: Capítulo II. Com um foco superficial em outros personagens que vão surgindo, a jovem Charlie é o centro das atenções e carrega boa parte da trama nas costas. Nem a ligação entre ela e o pai consegue a força necessária para prende a atenção, já que o roteiro se torna enfadonho e não desenvolve os pontos que realmente seriam interessantes.

Mesmo que o ritmo de Chamas da Vingança não ajude, vale destacar o elenco escalado para ele. Além de Zac Efron, Sydney Lemmon e Ryan Kiera Armstrong, o longa traz nomes como Gloria Rueben, Michael Greyeyes, John Beasley, Kurtwood Smith, Tina Jung e Gavin MacIver-Wright bem afiados em suas interações.

Com um final que deixa em aberto a possibilidade de uma continuação, Chamas da Vingança é, no geral, morno. Muita coisa poderia ser mais desenvolvida e outras resolvidas com mais facilidade. Caso volte para uma parte II, Keith Thomas vai precisar colocar um pouco mais de combustível para esquentar a chama e dar para Charlie a trama que ela merece.

 

Por Robson Cobain

 

CHAMAS DA VINGANÇA

Estreia: 19 de maio de 2022 nos cinema
Duração: 1h 34min
Gênero: Suspense, Fantasia, Terror
Direção: Keith Thomas

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