CINEMA

CRÍTICA: “Morbius” acerta com Jared Leto e desliza nos detalhes

Cerca de dois anos após a primeira data anunciada, realocada em virtude da pandemia da Covid-19, Morbius finalmente tem sua chance de vir ao mundo nesta quinta-feira (31). Estrelado por Jared Leto, o filme é o primeiro da temporada 2022 de personagens da Marvel, mas com assinatura da Sony, assim como aconteceu com os primeiros filmes do Homem-Aranha e também com as empreitadas cinematográficas de Venom.

O diretor Daniel Espinosa (Vida) traz às telas a busca do renomado médico  Michael Morbius pela cura de sua rara doença no sangue e a determinação de salvar outras pessoas com mesmo destino. O erro na pesquisa desencadeia habilidades vampirescas no bioquímico, o transformando na criatura que muda de vez seu futuro. O problema é que a tão desejada cura acaba interferindo também na vida de outras pessoas, causando consequências desastrosas e irreparáveis.

A escolha de Jared para dar vida ao Vampiro Vivo foi certeira e fica evidente logo nas primeiras cenas. É inegável que, independente de papeis que tenham decolado, ele é um ator que se entrega totalmente ao que se propõe fazer e em Morbius ele está por inteiro. Ao lado dele, Matt Smith também se entrega ao personagem Milo, com o contraponto afiado ao anti-herói. Outro destaque do elenco vai para Adriana Arjona e sua empenhada Dra. Martine Bancroft, uma das peças fundamentais para manter o lado humano do protagonista.

Com o elenco afiado, que traz ainda nomes como Jared Harris, Tyrese Gibson e Al Madrigal, Morbius deixa um pouco a desejar quando o assunto é roteiro, que tem como responsáveis Burk Sharpless e Matt Sazama. Boa parte disso se dá pelo ritmo de algumas sequências e também referências que levantam dúvidas sobre em que universo as coisas estão acontecendo. É claro que, após um bom período, você consegue finalmente perceber onde Michael se encontra no Aranhaverso, mas poderiam ter construído uma ideia mais concreta. Outro detalhe a se pontuar é que, por mais que sejam personagens com personalidades totalmente diferentes, é provável que alguns sintam falta do estilo mais escrachado de Vemon.

No que diz respeito aos detalhes mais técnicos, a Sony ganha pontos com os cenários, iluminação e sonorização. Ao mesmo tempo, deixa a desejar quando nos atentamos aos efeitos visuais escolhidos. Certamente, não são os melhores efeitos especiais disponíveis, principalmente se tratando dos escolhidos para dar dinâmica às cenas de ação.

Para quem já assistiu aos trailers de Morbius, a má notícia é que algumas coisas presentes neles não são entregues. Outro momento que pode não ter o peso esperado fica por conta das cenas pós crédito do filme. Em ambos, o sentimento é de “o que aconteceu”?

Ao final de Morbius é certo que você terá ao menos duas certezas. A primeira delas é, como já explanado, a escolhe certeira de Jared Leto para dar vida ao personagem. A outra fé que a Sony poderia ter se dedicado um pouco mais, assim como fez com Vemon, uma das suas melhores produções nos últimos anos. Isso não quer dizer que o filme é ruim, e sim que poderia ser melhor.

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