CINEMA DESTAQUE

CRÍTICA: “Exorcismo Sagrada” mira na inovação, mas se perde em alguns lugares

Acho bacana quando utilizam do humor como elemento para quebrar um pouco a tensão. Lógico, que quando é bem feito e não estraga a experiência do filme. Em “Exorcismo Sagrado”, esperava uma produção que quase me fizesse gritar na sala do cinema (até gritei, mas de rir), mas não foi bem isso que acontece nesta nova empreitada cinematográfica sobre exorcismo do direção de Alejandro Hidalgo.

Will Beinbrink é o protagonista deste terror, onde seu personagem, o padre Peter Williams, é possuído durante um ritual de exorcismo. Justamente daí, logo no começo da trama, que surge a dúvida “eu entrei na sessão correta?”, já que a cena traz situações dignas de projetos como “Todo Mundo em Pânico”, fazendo toda a situação não passar de uma sátira do “Exorcista”. O resultado desta sessão vai acompanhar o personagem no restante do filme, que se passa 18 anos depois. 

Sem conseguir cumprir a penitência por seu pecado, padre Peter tenta seguir sua vida, praticando a obra, ajudando os necessitados, até que novos casos de demônios possuindo pessoas (agora crianças) são revelados. Ao começar sua investigação e luta para libertar as vítimas, o religioso descobre uma jovem que também foi possuída e, para sua surpresa, se trata do mesmo ser das trevas que o corrompeu anos atrás. O seu maior problema é que o tinhoso sabe do seu pecado e vai usar o mesmo para conseguir o que quer. Até este ponto, temos uma boa trama para ser desenvolvida, principalmente por apresentar elementos narrativos diferentes do que vemos no gênero. 

Como tudo para dar certo, se você não levar em consideração os minutos iniciais, “Exorcismo Sagrado” engata em uma sucessão de acontecimentos que fazem ele perder cada vez mais brilho. A trama não dá a oportunidade de aprofundar de verdade os personagens e criar uma empatia. O roteiro é frágil e com alguns textos que parecem forçados demais para as situações. O uso de jump chega à exaustão e não tem o impacto desejado, já que os efeitos utilizados parecem muitas vezes amadores. 

Se algo se salva aqui, certamente se deve aos momentos em que expõe críticas à igreja e levanta discussões pertinentes, mesmo sem se aprofundar tanto. Neste ponto é até válido o humor ácido utilizado, que em outros momentos faz baixar a expectativa. Um exorcismo bem à maneira “O Mundo Sombrio de Sabrina” também se destaca e torna a trama diferente de outras produções do segmento. 

No geral, “Exorcismo Sagrado” é aquela produção que te empolga pelo trailer, mas te faz sair da sala com um “é isso, né?”. Ao julgar pela cena final, existe uma possível continuação para acontecer. Basta saber como o grande público vai responder a estre primeiro, para saber se ele volta nos cinemas ou em alguma plataforma de streaming. 

Por Robson Cobain

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