Chega às salas de cinemas hoje (25), mais uma história bibliográfica. Dessa vez, Casa Gucci, conta a história de uma família problemática que deu nome a uma das marcas fashion mais famosas do mundo.
Não economizaram no elenco, tendo Lady Gaga como uma das protagonistas, interpretando Patrizia Reggiani, além de Jared Loreto, Adam Driver e Al Pacino como membros de uma das famílias italianas mais ricas da sua época.
Depois de ter se consolidado na carreira como atriz, criou-se uma expectativa por vermos Gaga mais uma vez diferente do que costumávamos ver nos palcos. Sua atuação até se esforça por entregar algo magnífico, como já sabemos que seja possível, mas foi tolida por um emaranhado de cenas corridas, sem permitir ao público uma conexão com a história.
Como resumir uma história de décadas em duas horas e meia? Não é tarefa fácil e, infelizmente, não acertaram. O roteiro pareceu cortar a história a facão. A linha do tempo é confusa e te faz assistir uma cena agora e de repente já se passaram alguns anos, sem nenhuma transição que suavizasse essa passagem.
A direção, assinada por Ridley Scott não é das mais surpreendentes. Fotografia singela, cenas básicas, cenografia comum, figurinos sutis. Em se tratando de um filme que fala sobre uma das marcas que ditaram e ditam a moda, nos deliciarmos com figurinos primorosas dariam uma apimentada no longa. Não tivemos. Inclusive, as cenas dos desfiles da marca, que sempre foram cheias de glamour… então, já vi cenas de novelas brasileiras melhores.
Narrando uma história que mostrava desde o período em que Patrizia Reggiani (Gaga) e Mauricio Gucci (Driver) se conheceram até seu conturbado divórcio, culminando no assassinato do magnata encomendado pela sua ex-esposa, poderíamos ter um filme incrível, afinal este escândalo já uma obra cinematográfica por si só. Mas tudo se arrasta até a última cena, deixando a sensação de que a história foi um infeliz desperdício.
Mesmo que o filme não tenha o intuito de promover a marca e sim contar a história por trás dela e de sua problemática família, ainda assim ficamos no desejo que algum dia tenhamos um longa à altura do que seja a Gucci.
Por Rai Silva – Colunista Especial